CASA ITATIBA


Itatiba, SP


2021


Área Construída 587 m2








Projeto desenvolvido para uma familia com dois filhos que decidiu comprar um grande terreno com o intuito de se conectar com a paisagem e a vida rural e natural.
O lote esta localizado nos arredores da cidade de Itatiba e é uma fração de uma gleba que abrigava anteriormente o pomar de um sitio.
O terreno apresenta um desnível de 17 metros, com um aclive orientado a norte. Além da presença de uma vegetação existente e áreas íngremes produto da criação de um platô artificial. Com o passar dos anos, o terreno sofreu transformações fisiológicas produto de seu abandono e o antigo pomar sofreu com pragas e uma parte do platô sofreu uma pequena erosão que delimita o território demarcado em seu eixo transversal locado a norte do perímetro.
Visto a complexidade do local e com uma encomenda inicial de um programa aberto a possibilidades de uso variado, se propôs desenvolver o projeto de forma participativa e colaborativa entre os arquitetos e clientes de modo que o seu resultado final seria produto desse processo. Dividiu-se o estudo preliminar em três etapas: um master plan colaborativo com a locação de massas e do programa, uma implantação e posteriormente o estudo preliminar arquitetônico. Essas etapas foram fundamentais para a participação ativa e propositiva dos clientes.
Após o levantamento e o diagnóstico, se definiram no sitio, eixos delimitantes e eixos determinantes que irão resultar em um mapa de vazios que juntamente às questões fisiológicas do terreno, irão se tornar áreas de interesse.
A partir dessas áreas de interesse e em conjunto com a definição organizacional do programa de necessidades, se definiu portanto algumas diretrizes importantes do programa de necessidades e das etapas de obra. O projeto deveria portanto ser dividido em 3 blocos independentes que locariam um extenso e flexível programa de necessidades.
O primeiro bloco abrigará a residência principal com área social integrada a área de lazer, 3 suítes, e um pequeno ateliê. O segundo bloco irá abrigar um pavilhão multifuncional que poderá servir de abrigo, dormitório, escritório, um estúdio de musica, etc. E o terceiro bloco na cota mais alta irá abrigar a caixa d’água e uma capela.
Como resultado, surge portanto um plano de massas de 3 blocos espacialmente independentes, porém com interconexão de acessos de pedestres e automóveis em todas as unidades.
A estratégia projetual de implantação dos blocos no plano de massas propõe compreender a topografia existente e distribuir as funções estruturais ao longo do terreno de forma lógica e modular. Desse modo, os blocos vez se repousam em pilares que elevam os blocos do solos e vez se encaixam no terreno de modo a criar recortes pontuais que integram funções como a de lazer com a residência principal e do ateliê.
Com a premissa de pensar em uma construção mais econômica porém convencional, se propôs em cima da modulação estrutural pequenos vãos e a criação de empenas e volumes monolíticos com a função de abrigar as áreas molhadas. Sendo assim se loca sobre esses volumes e empenas, uma tesoura metálica de duas águas deslocadas que permite a entrada de iluminação e ventilação nos dois sentidos da edificação.
A Arquitetura paisagística da intervenção interpreta os espaços vazios como de múltiplas funções programáticas assim como das edificações. Com a criação dos eixos de conexão dos blocos, surgem vazios que serão preenchidos por jardins com função de recreação, contemplação e cultivo como pomares, hortas e etc.
Os blocos de edificação portanto mantem mesma lógica estrutural e linguagem formal criando um diálogo aberto com a paisagem natural que abraça a intervenção.



PLANTAS